segunda-feira, 14 de maio de 2012

Opiniões sobre a política de cotas.


Cibele Inácio
Boa noite pessoas.

Considerando o grande número de pessoas aqui no grupo Consciência Política Razão Social, interessadas por política, gostaria de saber a opinião de vocês sobre a política de cotas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, com 10 votos a 0, a política de cotas raciais nas universidades públicas brasileiras, que tem por objetivo amenizar desigualdades sociais, econômicas e educacionais entre raças. A decisão por unanimidade tem dividido opiniões já que vivemos num país onde, segundo o IBGE, 43% da população se declara preta e quase 7 % parda.
E você? Concorda com o sistema de cotas? Qual é a sua opinião a respeito? O que você quer saber? Opine, questione, compartilhe..
Obs.: As cinco categorias de classificação do IBGE são: branca, preta, parda, amarela e indígena.
Vocês concordam com esse sistema? Qual é a opinião de vocês a respeito? Têm dúvidas? Opinem, questionem, compartilhem...
Politique-se!

Obrigada!
 Debate no fórum do grupo no facebook
Ralf Rickli Acredito que, para qualquer pessoa tanto informada quanto ética, o mecanismo de cotas, como ação ainda que levemente compensatória por um dos crimes mais longos e bárbaros da história da humanidade, seja tão obviamente o mínimo que se pode fazer, que só se possa estar satisfeitíssimo com o fato de que foi implantado e confirmado, sem nem sonhar em querer perder tempo reabrindo discussão sobre sua validade. Ou melhor: pode valer a pena discutir se for pra ir dele para medidas ainda mais fortes. Para retroceder... pffff!
Paulo Pacheco Oi Cibele Inácio, boa noite.Escrevi sobre esse assunto aqui outro dia. Penso que o sistema de cotas raciais é injusto por que separa pessoas não pela sua condição e sim pela cor de pele. No Brasil com a miscigenação da qual somos filhos, definir quem é negro, pardo ou branco, é muito difícil, senão impossível. Penso que pobres negros ou brancos, são carentes de ajuda do Estado. Pelar lei proposta, o filho do Pelé tem vantagens em relação ao filho de sua cozinheira, se ele for branca. É idiotice separar as pessoas por cor de pele (acho o conceito de "raça" muito idiota). O correto, é haver um sistema que iguale os cidadãos, indiferente de cor de pela. Ah, sou filho de negro. Você acha que sou negro?
Dagmar Vulpi Concordo com você, meu amigo Paulo Pacheco. Não que eu seja contra as cotas raciais especificamente, na verdade eu sou contra qualquer tipo de segregação. O correto a meu ver seria a criação de cotas sociais, onde seriam privilegiados todos os menos favorecidos, independente da cor da sua pele.
Paulo Pacheco Veja, meu amigo Dagmar Vulpi, a gente acha que toda uma juventude é alienada e uma moça jovem e bonita nos propõe um debate político tão válido e importante. Fico muito feliz de ver u questionamento desses aqui. Indiferente da opinião da Cibele Inácio, ver jovens debatendo temas importantes é sensacional.
Dagmar Vulpi Isso é maravilhoso Paulo, nos permite até a sonhar com um futuro melhor. E não é só a Cibele Inácio não, felizmente há varios jovens nas redes socias e também fora delas, interessados no coletivo social, com visões amplas e direcionadas de forma a alcançar soluções para o bem comum. Assim como você Paulo, eu também fico muito feliz ao perceber que a juventude alienada não é uma regra, e que existe uma possibilidade concreta de um futuro melhor. Parabéns Cibele, e que seu exemplo contagie os demais.
Cibele Inácio Muito obrigada pela contribuição de vocês através dos comentários!
São muito importantes para o meu trabalho e também para o meu crescimento pessoal. Discussões engrandecem...
Vocês conheceram o Politique-se! www.facebook.com/politiquese? É o meu trabalho de conclusão de curso, que se trata de um site onde pretendemos levantar questões sobre assuntos políticos e tratá-los de forma clara e descontraída para que o jovem se interesse, opine e questione. Vamos tentar levar a informação até ele, respondendo a todas as perguntas que ele fizer. É um grande desafio, como disse o Dagmar Vulpi, já que, infelizmente, temos uma visão de que o jovem de hoje é alienado. Mas não podemos simplesmente cruzar os braços, precisamos fazer a nossa parte!
Paulo Pacheco Fico feliz que que você tenha esse interesse, Cibele Inácio, temos bons debates políticos aqui. Pessoas de várias ideologias. Por exemplo: Rui Rodrigues, Elenir Cericatto, Raquel Santana, Fernanda Tardin, Ricardo Khon, dentre outros. Se quiser um bom debate, convide todo esse pessoal pro seu trabalho.
Fernanda Tardin Obrigada Paulo Pacheco, abraços. Sou favoravel a reparação do massacre histórico e da inclusao social. Sou a favor das cotas por um tempo determinado ou até que uma geração inteira tenha acesso igual a educação, saúde, moradia, cultura, alimentação.Fatores que influenciam diretamente causando distancias grandes entrte o negro de escola pública (nem todos são negros em escola pública, mas a maioria se enquadra nosrequisitos paraser beneficiado com a cota).
E que fique claro....a educação publica precisa avançar MUITO, MUITO, mas não só a educaçãoque influencia este distanciamento entre alunos de escola particular e alunos de escola públicas afro descendentes. INCLUSAO SOCIAL Já. bj
Afonso Corrêa Temo que esta medida, muito em breve transformar-se-á num "tiro que saiu pela culatra" para os futuros Governantes. Está provado que o Brasil já não possui maioria "branca" como outrora. E a tendência é que a quantidade de "brancos", em apenas uma geração, tenda a diminuir consideravelmente. E quando isto, efetivamente, vier a acontecer, será que poderemos esperar que os brasileiros de pele "branca" continuem sendo prejudicados, ou melhor, que os brasileiros de pele "branca" possam vir a perder uma Vaga em uma Universidade para alguém que obteve MENOR pontuação que a dele nos exames vestibulares, apenas porque este outro alguém possui outra cor na sua pele? Creio que os investimentos que o Governo deveria fazer é na EDUCAÇÃO COMO UM TODO, melhorando consideravelmente a Estrutura de Ensino, principalmente o Ensino Público, de maneira a oferecer A TODOS (brancos e não brancos) oportunidades iguais. Isto sim poderia resolver a maioria de nossos problemas.
Mônica Simões As cotas é uma necessidade emergencial de reparação ao dano social, moral, econômico e cultural sofrido pelo negro desde o Brasil colônia. Essa fala que ser cotista por cor discrimina ainda mais o já tão discriminado é letra morta, balela, visto sempre o terem sido. E já que sempre o foram, que essa discriminação se faça para incluir. Com a Política de Cotas, somente em 2028 há a garantia de inclusão social do negro e, sem a política de cotas, esse quadro somente seria possível em 2053... tempo pra burro né??? Economizamos aí quase 30 anos, vejam só!!!Alguns 'intelectuais', a elite e a mídia conturbam e confundem tão sacanamente o entendimento do processo que fazem-nos acreditar, e até mesmo o negro, que ele está sendo segregado pelas cotas. E são eficazes, pois inclusive a população negra no nosso país absorve como verdade essa opinião e sentem-se envergonhados de serem cotistas. Prá frente Brasil, Sim ao negro e às cotas e um viva ao nosso STF!
Paulo Pacheco Olha, Mônica Simões, creio que um sistema de cotas seja importante. O que questiono é que essas cotas sejam vinculadas à cor da pele, algo extremamente difícil de ser definido e não na condição social. Penso que negro rico é tão rico quanto um branco rico e branco pobre é tão carente quanto um negro pobre. Acho que falar de "raça" é preconceito de qualquer ângulo que se fale. Faço pra você a mesma pergunta que fiz par outras pessoas: sou filho de negro com branca. Sou negro? A mãe das minhas filhas é loura de olhos azuis, minhas filhas são negras?
Fernanda Tardin mas as cotas não estão vinculada a cor da pele e sim a ETNIA, afrodescendentes ( Negros e pardos).
Mônica Simões Nossa Paulo... essa discussão é longa...
Rui Rodrigues Imagine que tenhamos força suficiente para exigir do governo que crie escolas e universidades públicas em quantidade suficiente de forma a que os vestibulares se processem para qualificar e não restringir o acesso por falta de vagas... Cotas para quê?.... Mas como isto não existe, são necessárias as cotas porque a riqueza que permite o estudo se concentra em população branca - lamento informar, mas é verdade (embora isto não se admita) ... Precisamos também de cotas para acesso à riqueza... Mas isto mesmo é que vai ser difícil de admitir....
Mônica Simões Na verdade as cotas com mais de um século existentes no Brasil são para os filhos da elite que estudaram todo o ensino médio nas escolas particulares. Cota pra negro veio tarde demais.
O Paulo Pacheco tem razão no questionamento, mas não é simples assim conseguir ser beneficiado pelas cotas tanto racial quanto social. Há o cruzamento de dados socioeconômico, ensino médio em escola pública e renda familiar, pois tem um teto financeiro permitido, senão o cara não pode ser cotista. Algumas faculdades que aderiram ao sistema de cotas raciais pedem uma declaração de próprio punho afirmando que o aluno tem a cor negra, anexando fotos e realizando entrevistas com os candiidatos para validar a matrícula, sob pena de ser processado caso os dados sejam falsos. Para deficientes, normalmente pede-se registro médico que comprovar a limitação e para índios, uma declaração da FUNAI. São muitas as exigências para validar o processo e evitar fraudes. As cotas raciais, sociais, o PROUNI são políticas públicas para resgatar alguns dos muitos direitos constitucionais que nos foram e são negados. 
Dagmar Vulpi Segundo me consta o governo federal resolveu fazer das cotas uma espécie de justiça social, já que o negro no Brasil tem poucas oportunidades de trabalho e estudo, e isso é verdade, basta olhar para uma sala de aula em qualquer faculdade, os negros são a minoria. O governo ainda rotulou os alunos negros como descendentes dos escravos (correto), e rotulou os alunos brancos, mesmo os pobres, como descendentes dos donos de escravos, e por isso tinham que ser "punidos", tendo menos vagas nas universidades para que os descendentes dos escravos, enfim, depois de 510 anos pudessem ter as oportunidades que seus antepassados não tiveram.

Eu gostaria que no Brasil nos tivéssemos um ensino básico de qualidade, um ensino fundamental que estimulasse os alunos a estudarem, e um ensino médio que preparasse os alunos ou para o mercado de trabalho ou para a universidade, acho que se as coisas fossem assim não precisaríamos discutir cotas, mas como nosso pais não tem educação pública de qualidade, EU SOU A FAVOR DAS COTAS, MAS NÃO AS COTAS PARA NEGROS, E SIM COTAS PARA ALUNOS POBRES, SEJAM ELES BRANCOS, NEGROS, PARDOS OU INDÍGENAS. 

O governo diz que com as cotas ele irá fazer uma revolução na educação. Revolução? Como dizem no interior, isso é conversa pra boi durmir. Como um governo faz uma revolução na educação sem gastar 1 centavo em melhorias no setor? E como o governo rotula alunos brancos pobres como vilões, como responsáveis pelos absurdos cometidos contra os negros nesse país a mais de 500 anos? Meus Deus, se nós queremos um país igual para todos, não podemos prejudicar uns para beneficiar outros. Os negros tem sim direito a universidade, claro, já está na hora desse país tomar vergonha na cara e admitir que é racista, e tem que ter penas mais severas para essa escória da sociedade que são as pessoas preconceituosas, mas os alunos brancos, que moram lá na comunidade, lá na roça, lá na mata, também tem direito a universidade, então por que não haver cotas para alunos carentes, independente da cor da pele?
Mônica Simões Concordo contigo Dagmar Vulpi! Vai longe de se fazer no Brasil uma revolução educacional, com o quase nada de investimentos no setor. Não sei dessa rotulação do governo 'sobre alunos brancos, pobres, como descendentes dos donos de escravos'. Já houve o entendimento que não haveria êxito acadêmico para as minorias sem política pública social. O Prouni desde 2005 vem formando em faculdades particulares os estudantes pobres da rede pública. Ainda não é o melhor, mas sou otimista porque desde que nossas faculdades e universidades foram aqui implantadas e os 'iluminados' não precisaram mais irem estudar na Europa ou EUA, somente eles pisaram os chãos acadêmicos do Brasil, onde não pisavam os pobres, fossem negros ou indígenas... E hoje essa parcela da população mesmo que timidamente já tem visibilidade dentro desses espaços. É o que por enquanto está posto e é um ganho, companheiro! Temos é que nos unir, cobrar, exigir políticas de acesso mais amplas.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário