sábado, 18 de agosto de 2012

A COERÊNCIA DA INTERPRETAÇÃO


Dagmar Vulpi

O tema é batido, mas nos últimos dias voltou a ocupar espaço na mídia, me refiro aos já bem definidos, porém mal interpretados termos: Privatização e Concessão.

Há definições claras para ambos, porém, as interpretações dependem do momento e de qual lado esteja o interpretador, esquerda ou direita.

Exemplos claros que confirmam isso são os eternos debates nas redes sociais, mais especificamente no facebook. Dias desses fui inquirido por uma amiga do grupo Consciência Política e Razão Social, onde, sua interrogativa solicitava minha definição sobre privatização e concessão. Eu, sem invencionices busquei levar como resposta o óbvio, ou seja, sem a influência político partidária, que conforme já mencionado, o lado influencia diretamente na interpretação.      

Tentarei com dois exemplos ilustrar com clareza essa afirmativa.
No primeiro, após determinada postagem feita em um dos grupos do facebook um dos participantes, declaradamente petista, definia privatização como a “entrega” do patrimônio publico a iniciativa privada, tendo no comentário subseqüente a réplica, e esse por sua vez declaradamente peessedebista dizia ser a concessão e não a privatização a “entrega” do patrimônio publico. No debate que seguia pode-se perceber com clareza o quanto há de interferência política e conseqüentemente distorções nas interpretações.

 E essas distorções não param nas redes sociais, onde sabemos haver todo tipo de opinião, vindas dos mais variados tipos de pessoas que tratam a maioria dos assuntos com a emoção.

Veremos neste segundo exemplo como as interpretações distorcidas se estendem até os profissionais da mídia que deveriam tratar o assunto com imparcialidade, limitando-se a passar a informação com clareza, mas também ali o que prevalece é a conveniência da subjetividade.  Vejam o exemplo da sempre parcial Miriam Leitão, onde ela assina matéria intitulada: “Governo briga com sinônimos: conceder é privatizar” discorrendo uma análise talvez equivocada para um profissional que se propõe a passar informação.  

Num imbróglio típico a mencionada faz um “mistureba” incluindo e excluindo a seu prazer comparações entre atos da Dilma do Fernando Henrique Cardozo e do Lula, citando feitos desse e daquele de forma a justificar um em detrimento do outro.   

Confira a interpretação da Miriam: “Quando se trata de uma empresa que não fornece serviço público, como o setor siderúrgico, ou de mineração, ou de aviões, aí o termo é privatização. O governo vendeu as siderúrgicas da Siderbrás, a Vale, a Embraer. Elas não lidam diretamente com o público, não prestam um serviço. Fabricam aço, aviões e extraem minério de ferro”.  Percebam que a global separa as empresas publicas em dois tipos, porém, essa separação foi feita exclusivamente com a subjetividade da justificativa, podendo ou não ser aceita, e mais uma vez a interpretação dependerá do momento e de qual lado esteja o interpretador, esquerda ou direita.
E você está de que lado? Será?

Nenhum comentário:

Postar um comentário